O que é ser mulher saloia?

Olá! Neste artigo, vou falar sobre o que é ser mulher saloia, uma expressão que se refere às mulheres do campo que vivem nos arredores de Lisboa e que fornecem produtos frescos à cidade. Vou explorar a origem, o significado e as características dessa identidade feminina, que é ao mesmo tempo forte e delicada, simples e orgulhosa, tradicional e moderna.

sahlaouiyya

A palavra saloia vem do árabe sahlaouiyya, que significa “camponesa”. Os saloios eram os habitantes das aldeias e vilas que cercavam Lisboa e que se dedicavam à agricultura, à pecuária e ao comércio. Eles tinham uma cultura própria, marcada por costumes, crenças, linguagem e trajes típicos. Os saloios eram vistos pelos citadinos como pessoas rústicas, ingénuas e atrasadas, mas também como trabalhadoras, honestas e generosas.

papel da mulher na economia e sociedade

As mulheres saloias tinham um papel fundamental na economia e na sociedade saloia. Elas eram responsáveis pelo cultivo das hortas, pela criação dos animais, pela produção de queijo, pão e vinho, pela venda dos produtos na cidade e pela educação dos filhos. Elas também participavam das festas religiosas e profanas, das romarias e das feiras, onde exibiam os seus trajes coloridos e bordados.

traje da mulher saloia

O traje da mulher saloia era composto por uma saia rodada de algodão ou lã, de cor vermelha, azul ou verde, com barras de flores ou riscas; uma blusa branca de mangas compridas, com rendas ou bordados no peito e nas mangas; um colete preto ou azul escuro, de veludo ou sarja, com botões de metal ou madrepérola; um lenço de seda ou algodão, de cor viva ou estampado, que cobria a cabeça e os ombros; um avental branco ou preto, de linho ou algodão, com rendas ou bordados; meias brancas ou pretas de lã ou algodão; sapatos pretos ou castanhos de couro; e um xaile preto ou escuro de lã ou seda, que usavam nos dias frios ou nas ocasiões solenes. As mulheres saloias também usavam alguns adornos, como brincos de filigrana de prata ou ouro, anéis, alfinetes de peito e medalhas.

pelo na venta

Ser mulher saloia era ser uma mulher de trabalho com “pêlo na venta”, como diz o ditado popular. Era ser uma mulher que enfrentava as dificuldades do campo com coragem e determinação, que cuidava da família com amor e dedicação, que mantinha as tradições com respeito e orgulho. Era ser uma mulher que não se deixava intimidar pelos homens nem pelos citadinos, que tinha a sua própria voz e opinião. Era ser uma mulher que sabia rir e chorar, cantar e dançar, rezar e festejar.

Hoje em dia, as mulheres saloias já não usam os seus trajes típicos no dia-a-dia, mas apenas em ocasiões especiais ou em grupos folclóricos. Elas também já não vivem exclusivamente da agricultura nem dependem dos homens para sobreviver. Elas têm acesso à educação, à saúde, à cultura e aos direitos civis. Elas podem escolher a sua profissão, o seu parceiro, o seu estilo de vida. Elas podem ser o que quiserem ser.

Essência da mulher saloia

Mas isso não significa que elas tenham perdido a sua essência saloia. Elas continuam a valorizar as suas raízes, a sua história, a sua identidade. Elas continuam a ter uma força interior que as impulsiona a lutar pelos seus sonhos. Elas continuam a ter uma sensibilidade que as faz apreciar as coisas simples da vida.

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