Neste post, vou falar sobre um tema que ainda gera muita polêmica e desinformação: a relação entre as mulheres e as pessoas transexuais. Muitas vezes, ouvimos frases como “as mulheres não gostam de transexuais” ou “as transexuais querem roubar o lugar das mulheres”. Essas frases são exemplos de transfobia, um tipo de preconceito que discrimina e violenta as pessoas que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído ao nascer.
Mas o que é ser uma pessoa transexual?
Segundo a Wikipédia, “uma mulher trans é uma pessoa que foi atribuída ao sexo ou género masculino ao nascer que possui uma identidade de gênero feminina”. Ou seja, é uma pessoa que se reconhece como mulher, independentemente do seu corpo ou dos seus documentos. O mesmo vale para os homens trans, que são pessoas que foram atribuídas ao sexo ou género feminino ao nascer e possuem uma identidade de gênero masculina.
A identidade de gênero de uma pessoa não tem nada a ver com a sua orientação sexual, ou seja, por quem ela se sente atraída. Uma mulher trans pode ser heterossexual (gostar de homens), homossexual (gostar de mulheres), bissexual (gostar dos dois), assexual (não sentir desejo sexual) ou qualquer outra forma de expressar a sua sexualidade. O mesmo vale para os homens trans.
Infelizmente, muitas pessoas ainda confundem esses conceitos e acham que as pessoas trans são apenas gays ou lésbicas que querem mudar de sexo. Isso é um equívoco e uma falta de respeito com a diversidade humana. Cada pessoa tem o direito de se identificar como quiser e viver da forma que se sente mais feliz e autêntica.
As pessoas trans também sofrem muito com a violência e a discriminação na sociedade. Segundo o Guia do Estudante, “pessoas trans são mortas diariamente fruto de um preconceito sem qualquer fundamento ou com base em que ser diferente é errado”. Além disso, elas enfrentam dificuldades para acessar serviços básicos como saúde, educação, trabalho e moradia.
Por isso, é importante combater a transfobia e apoiar as pessoas trans na luta pelos seus direitos. Uma forma de fazer isso é respeitar os seus nomes sociais (aqueles que elas escolhem para si mesmas) e os pronomes adequados (ele/ela/eles/elas). Outra forma é evitar dizer frases ofensivas ou invasivas sobre as suas vidas pessoais.
Lista de frases que nunca deves dizer
A revista Marie Claire listou algumas dessas frases que você não deve dizer jamais:
- Você era homem/mulher antes?
- Como você faz sexo?
- Você fez/fará cirurgia?
- Você toma hormônios?
- Você engana os seus parceiros?
- Você tem inveja das mulheres/homens de verdade?
- Você está confusa/o sobre o seu gênero?
- Você tem pai/mãe?
- Qual é o seu nome verdadeiro?
- Você sempre soube que era assim?
Essas perguntas são indelicadas e desrespeitosas porque expõem a intimidade das pessoas trans sem o seu consentimento e questionam a sua identidade como se fosse algo falso ou errado. Além disso, reforçam estereótipos sobre o que significa ser homem ou mulher na sociedade.
As pessoas trans não devem nada a ninguém sobre as suas escolhas pessoais. Elas merecem respeito e dignidade como qualquer outra pessoa. E elas também podem ter relações afetivas saudáveis e felizes com quem quiserem.
Portanto, não há motivo para dizer que “as mulheres não gostam de transexuais” ou vice-versa. O amor não tem limites nem barreiras impostas pelo preconceito. As mulheres podem gostar de quem elas quiserem: homens cis (que se identificam com o gênero atribuído ao nascer).
O que achas? As mulheres trans estão a tirar o espaço às nascidas mulheres ou temos de nos adaptar e encarar a realidade?
